Pérolas da Odeon
Arnaldo DeSouteiro
(artigo escrito em 17 de Outubro de 2002 e publicado no jornal "Tribuna da Imprensa")
Depois de duas décadas cometendo desprezíveis coletâneas caça-níqueis, eventualmente compensadas pelas fugazes séries 2 em 1 e Portfólio, a EMI finalmente apresenta uma extensa boa coleção de reedições. São 45 títulos, supervisionados por Charles Gavin (baterista do grupo Titãs), reunidos no pacotaço “Odeon 100 Anos de Música no Brasil”. No mesmo lote, raridades de João Donato, Eumir Deodato, Luiz Bonfá, Norma Bengell, Bola 7, Leny Andrade e Tito Madi figuram ao lado de inexpressivos trabalhos de “ícones” como Germano Mathias, Noriel Vilela, Toni Tornado e Eduardo Araújo. Embora o press-release da gravadora afirme que são discos “nunca antes editados em CD”, alguns deles já haviam sido reeditados no Japão (“Quem é quem”, de Donato, Muito na onda”, do Conjunto 3D) e outros no Brasil (“Samba demais”/Marcos Valle, “Francis Hime”, “Toninho Horta” e “Quarteto Novo”, alguns acoplados a outros títulos na série 2 em 1). Sem falar das edições piratas (“Nelson Ângelo & Joyce”, “Orlandivo”, “Oooooh! Norma”) perpetradas pelos endeusados gangsters do selo inglês Rare Brazil.
A lamentar que as fichas técnicas se limitem a reproduzir as informações impressas nos LPs originais, quando uma pessoa bem relacionada poderia, com alguns telefonemas, descobrir os nomes de músicos, arranjadores e produtores envolvidos nos álbuns. Graças à tal atitude preguiçosa, muita gente continuará sem saber, por exemplo, que Tom Jobim produziu o primeiro 10 polegadas de Donato, “Chá dançante”, gravado em 1956, quando o precursor da bossa ainda se dedicava ao acordeon. Ou que Bebeto (do Tamba Trio) é o contrabaixista na sensualíssima interpretação de Norma Bengell para “Fever” (hit de Peggy Lee depois reprocessado por Madonna), faixa do excelente “Ooooooh! Norma”, maravilhosamente orquestrado pelo gênio Lindolpho Gaya em 59, numa época em que não havia patrulhamento contra quem cantava em inglês. Ou que o mesmo Bebeto (desta feita pilotando um baixo elétrico), Lula Nascimento (bateria), Helio Delmiro (guitarra) e o Trio Esperança participaram, em 1973, do “Quem é quem”, que marcou a volta definitiva de Donato ao Brasil - o encarte original, com fotos e letras, também não foi utilizado. São citados, em letras microscópicas, apenas os arranjadores (Gaya, Dori Caymmi, Ian Guest, Laércio de Freitas) que muito contribuíram para fazer deste disco um item antológico.
Grandes instrumentistas
Além de Donato, vários outros instrumentistas estão representados neste lote. Eumir Deodato, que viria a gravar com João em março & abril de 73 no petardo “Donato/Deodato”, comparece com um trabalho de 1972 para o selo London, “Percepção”, uma aula de orquestração através de temas como o épico “A grande caçada” e o clássico “Adeus amigo”, prelúdio composto logo após a morte de seu pai, e posteriormente recriado com a Sinfônica de Saint Louis no álbum “Artistry”. “Percepção” abriga ainda o primeiro registro no Brasil da música “Bebê”, já lançada por Airto nos EUA, mas que o autor Hermeto Pascoal gravaria somente no ano seguinte, em seu LP de estréia nacional, “A música de livre de HP”, para o selo Sinter.
Responsável pela ida de Eumir para os States em 67, Luiz Bonfá vivia por lá desde 1957, embora voltasse anualmente ao Rio para passar as férias - numa dessas ocasiões, descansando de uma turnê com Mary Martin em fins de 58, foi convidado para fazer a trilha do filme “Orfeu negro”. Aproveitando as folgas, gravava seus discos na Odeon. Um deles, “O violão e o samba”, captado em 62, lançado no exterior pela Epic rebatizado “Softly”, traz o nosso melhor violonista acompanhado por Edson Machado (bateria) e Tião Neto (baixo), além das canjas de Luiz Carlos Vinhas & Chico Feitosa como percussionistas (!!!), tocando reco-reco e agogô de madeira. O repertório, porém, é quase todo pré-bossa nova, incluindo o samba-canção “Nossos momentos”, a marcha-rancho “Pastorinhas” e o sambão “Inquietação”, com Luiz arriscando-se nos vocais. Vale ainda destacar “Passeio no Rio”, do próprio Bonfá, originalmente um jingle para a Varig, cujo título foi alterado para “Amor em Brasília”, a fim de, num gesto de inclassificável altruísmo & abnegação, evitar constrangimentos ao amigo Tom devido à semelhança com “Samba do avião”...
Outro mestre do violão que se consagrou mundialmente, Bola 7 opta por um instrumento eletrificado e também aposta no ecletismo – samba, mambo, rumba - em “É a bola da vez” (1959), misturando “Minha saudade” com “Negrito del batey”, “Um chorinho dos nossos”, “Não manche o meu Panamá” e “Señorita luna”. Bem mais jovem, Geraldo Vespar, apadrinhado por seu professor Moacir Santos, dá um show (acústico) de bola no subvalorizado “Samba nova geração” (1965), exibindo balanço contagiante em “Sambou sambou”, “Gente”, “Deus brasileiro” e “Samba novo”. Indispensável para quem – pobres coitados! - acha o atrapalhado Yamandu Costa um “gênio”. Pano rápido e mudamos para Heraldo do Monte estraçalhando em vários tipos de violão & viola no único álbum do “Quarteto Novo” (1967), ao lado de desempenhos não menos magistrais de Hermeto Pascoal (revezando piano & flauta), Théo de Barros (violão & baixo) e Airto Moreira (bateria & percussão). No cardápio, privilegiando ritmos nordestinos, pepitas tipo “Misturada”, “O ovo”, “Fica mal com Deus” e “Algodão”.
Salutar ecletismo
O pianista Luiz Eça e o trombonista Astor Silva (“Cada qual melhor!”, de 1961) preferem intercalar standards jazzificados (“Yesterdays”, “’S Wonderful”, “Cheek to cheek”, “Moonglow”) e sambas (“É luxo só”, “Não tenho lágrimas”, “Aquarela do Brasil”), enquanto os rapazes do Som Três – César Mariano, Sabá e Toninho Pinheiro – optam por adicionar um molho latin-funk, a la Horace Silver, ao “Tobogã” (1970), temperando “Irmãos coragem”, “Bajar no México”, “O telefone tocou novamente” e a esquecida “Eu só posso assim”, de Pingarilho & Marcos Vasconcellos. Esta fantástica dupla de compositores-arquitetos (o saudoso Marcos também foi brilhante cronista na Tribuna da Imprensa) forneceu matéria-prima igualmente supimpa (“Samba de rei”, “Samba do dom natural”, “Samba da pergunta”) para os melhores discos das carreiras de Leny Andrade (“Estamos Aí”, outro curso prático de arranjo & instrumentação ministrado por Deodato em 65) e Pery Ribeiro (“Encontro”, com o Bossa 3, em 66).
Nosso maior organista, esculhambado pela invejosa imprensa local mas aclamado nos EUA por connoisseurs como Leonard Feather, mostra seu estilo inconfundível em “O samba é mais samba com Walter Wanderley” (1962), esbanjando swing nas sincopadas “Labareda”, “Só vou de mulher”, “A nega se vingou” e “Deixa andar”. Wilson das Neves, craque da bateria, atua como líder no prá lá de eclético “Juventude 2000” (1968). Junta “Going out of my head”, “Domingo no parque”, “Don’t go breaking my heart” e “Nanã”, armando um bailão psicodélico. Naquele mesmo ano, forneceu a base rítmica para sua então amiga íntima Elza Soares se esbaldar num discaço que trazia os dois na foto da capa, embalando os petardos “Deixa isso prá lá”, “Mulata assanhada”, Se acaso você chegasse”, “Palhaçada”, e uma versão de Aloysio de Oliveira para “In the mood”, hit de Glenn Miller. Wilson ataca de sideman, junto com Meirelles, Ubirajara Cabral, Maciel e Vespar no LP “Muito prá frente”, do Quarteto Sambacana, do compositor mineiro Pacífico Mascarenhas, que tinha um desconhecido Milton Nascimento como crooner em 65.
Instrumentos & vozes integram-se com perfeição também no segundo álbum de “Toninho Horta” (1980), recheado pelas fascinantes “Vôo dos urubus”, “Bons amigos”, “Era só começo nosso fim” e “Aqui, oh!”, reforçadas pela presenças de Pat Metheny, Raul de Souza, Bertrami, Wagner Tiso e do impecável sambista Roberto Ribeiro A série focaliza ainda a criativa dupla Burnier & Cartier, o então instigante casal Nelson Angelo & Joyce, uma iniciante Bethânia (“Recital na boite Barroco”), dois discos de Dóris Monteiro (um deles em dupla com o papa do teleco-teco, Miltinho), a inigualável voz de veludo de Tito Madi (“Balanço Zona Sul”, uma aula de canto emoldurado pelos scores de Deodato), o sexteto do mestre Radamés Gnatalli, os discos de estréia de Marcos Valle (“Samba demais”, com Eumir, Pingarilho, Menescal, Marçal, Copinha), Lô Borges, Dori Caymmi e Francis Hime (na fase das obras-primas “Atrás da porta” e “Minha”), o rei do samba de breque Moreira da Silva, a exótica pilantragem de Nonato Buzar (com o ufólogo-parapsicológo Milton Botelho), duas compilações de Carmen Miranda, vários discos com expoentes do chamado “samba de raiz”, e por aí vai. Que Gavin apronte outras!
Arnaldo DeSouteiro
(artigo escrito em 17 de Outubro de 2002 e publicado no jornal "Tribuna da Imprensa")
Depois de duas décadas cometendo desprezíveis coletâneas caça-níqueis, eventualmente compensadas pelas fugazes séries 2 em 1 e Portfólio, a EMI finalmente apresenta uma extensa boa coleção de reedições. São 45 títulos, supervisionados por Charles Gavin (baterista do grupo Titãs), reunidos no pacotaço “Odeon 100 Anos de Música no Brasil”. No mesmo lote, raridades de João Donato, Eumir Deodato, Luiz Bonfá, Norma Bengell, Bola 7, Leny Andrade e Tito Madi figuram ao lado de inexpressivos trabalhos de “ícones” como Germano Mathias, Noriel Vilela, Toni Tornado e Eduardo Araújo. Embora o press-release da gravadora afirme que são discos “nunca antes editados em CD”, alguns deles já haviam sido reeditados no Japão (“Quem é quem”, de Donato, Muito na onda”, do Conjunto 3D) e outros no Brasil (“Samba demais”/Marcos Valle, “Francis Hime”, “Toninho Horta” e “Quarteto Novo”, alguns acoplados a outros títulos na série 2 em 1). Sem falar das edições piratas (“Nelson Ângelo & Joyce”, “Orlandivo”, “Oooooh! Norma”) perpetradas pelos endeusados gangsters do selo inglês Rare Brazil.
A lamentar que as fichas técnicas se limitem a reproduzir as informações impressas nos LPs originais, quando uma pessoa bem relacionada poderia, com alguns telefonemas, descobrir os nomes de músicos, arranjadores e produtores envolvidos nos álbuns. Graças à tal atitude preguiçosa, muita gente continuará sem saber, por exemplo, que Tom Jobim produziu o primeiro 10 polegadas de Donato, “Chá dançante”, gravado em 1956, quando o precursor da bossa ainda se dedicava ao acordeon. Ou que Bebeto (do Tamba Trio) é o contrabaixista na sensualíssima interpretação de Norma Bengell para “Fever” (hit de Peggy Lee depois reprocessado por Madonna), faixa do excelente “Ooooooh! Norma”, maravilhosamente orquestrado pelo gênio Lindolpho Gaya em 59, numa época em que não havia patrulhamento contra quem cantava em inglês. Ou que o mesmo Bebeto (desta feita pilotando um baixo elétrico), Lula Nascimento (bateria), Helio Delmiro (guitarra) e o Trio Esperança participaram, em 1973, do “Quem é quem”, que marcou a volta definitiva de Donato ao Brasil - o encarte original, com fotos e letras, também não foi utilizado. São citados, em letras microscópicas, apenas os arranjadores (Gaya, Dori Caymmi, Ian Guest, Laércio de Freitas) que muito contribuíram para fazer deste disco um item antológico.
Grandes instrumentistas
Além de Donato, vários outros instrumentistas estão representados neste lote. Eumir Deodato, que viria a gravar com João em março & abril de 73 no petardo “Donato/Deodato”, comparece com um trabalho de 1972 para o selo London, “Percepção”, uma aula de orquestração através de temas como o épico “A grande caçada” e o clássico “Adeus amigo”, prelúdio composto logo após a morte de seu pai, e posteriormente recriado com a Sinfônica de Saint Louis no álbum “Artistry”. “Percepção” abriga ainda o primeiro registro no Brasil da música “Bebê”, já lançada por Airto nos EUA, mas que o autor Hermeto Pascoal gravaria somente no ano seguinte, em seu LP de estréia nacional, “A música de livre de HP”, para o selo Sinter.
Responsável pela ida de Eumir para os States em 67, Luiz Bonfá vivia por lá desde 1957, embora voltasse anualmente ao Rio para passar as férias - numa dessas ocasiões, descansando de uma turnê com Mary Martin em fins de 58, foi convidado para fazer a trilha do filme “Orfeu negro”. Aproveitando as folgas, gravava seus discos na Odeon. Um deles, “O violão e o samba”, captado em 62, lançado no exterior pela Epic rebatizado “Softly”, traz o nosso melhor violonista acompanhado por Edson Machado (bateria) e Tião Neto (baixo), além das canjas de Luiz Carlos Vinhas & Chico Feitosa como percussionistas (!!!), tocando reco-reco e agogô de madeira. O repertório, porém, é quase todo pré-bossa nova, incluindo o samba-canção “Nossos momentos”, a marcha-rancho “Pastorinhas” e o sambão “Inquietação”, com Luiz arriscando-se nos vocais. Vale ainda destacar “Passeio no Rio”, do próprio Bonfá, originalmente um jingle para a Varig, cujo título foi alterado para “Amor em Brasília”, a fim de, num gesto de inclassificável altruísmo & abnegação, evitar constrangimentos ao amigo Tom devido à semelhança com “Samba do avião”...
Outro mestre do violão que se consagrou mundialmente, Bola 7 opta por um instrumento eletrificado e também aposta no ecletismo – samba, mambo, rumba - em “É a bola da vez” (1959), misturando “Minha saudade” com “Negrito del batey”, “Um chorinho dos nossos”, “Não manche o meu Panamá” e “Señorita luna”. Bem mais jovem, Geraldo Vespar, apadrinhado por seu professor Moacir Santos, dá um show (acústico) de bola no subvalorizado “Samba nova geração” (1965), exibindo balanço contagiante em “Sambou sambou”, “Gente”, “Deus brasileiro” e “Samba novo”. Indispensável para quem – pobres coitados! - acha o atrapalhado Yamandu Costa um “gênio”. Pano rápido e mudamos para Heraldo do Monte estraçalhando em vários tipos de violão & viola no único álbum do “Quarteto Novo” (1967), ao lado de desempenhos não menos magistrais de Hermeto Pascoal (revezando piano & flauta), Théo de Barros (violão & baixo) e Airto Moreira (bateria & percussão). No cardápio, privilegiando ritmos nordestinos, pepitas tipo “Misturada”, “O ovo”, “Fica mal com Deus” e “Algodão”.
Salutar ecletismo
O pianista Luiz Eça e o trombonista Astor Silva (“Cada qual melhor!”, de 1961) preferem intercalar standards jazzificados (“Yesterdays”, “’S Wonderful”, “Cheek to cheek”, “Moonglow”) e sambas (“É luxo só”, “Não tenho lágrimas”, “Aquarela do Brasil”), enquanto os rapazes do Som Três – César Mariano, Sabá e Toninho Pinheiro – optam por adicionar um molho latin-funk, a la Horace Silver, ao “Tobogã” (1970), temperando “Irmãos coragem”, “Bajar no México”, “O telefone tocou novamente” e a esquecida “Eu só posso assim”, de Pingarilho & Marcos Vasconcellos. Esta fantástica dupla de compositores-arquitetos (o saudoso Marcos também foi brilhante cronista na Tribuna da Imprensa) forneceu matéria-prima igualmente supimpa (“Samba de rei”, “Samba do dom natural”, “Samba da pergunta”) para os melhores discos das carreiras de Leny Andrade (“Estamos Aí”, outro curso prático de arranjo & instrumentação ministrado por Deodato em 65) e Pery Ribeiro (“Encontro”, com o Bossa 3, em 66).
Nosso maior organista, esculhambado pela invejosa imprensa local mas aclamado nos EUA por connoisseurs como Leonard Feather, mostra seu estilo inconfundível em “O samba é mais samba com Walter Wanderley” (1962), esbanjando swing nas sincopadas “Labareda”, “Só vou de mulher”, “A nega se vingou” e “Deixa andar”. Wilson das Neves, craque da bateria, atua como líder no prá lá de eclético “Juventude 2000” (1968). Junta “Going out of my head”, “Domingo no parque”, “Don’t go breaking my heart” e “Nanã”, armando um bailão psicodélico. Naquele mesmo ano, forneceu a base rítmica para sua então amiga íntima Elza Soares se esbaldar num discaço que trazia os dois na foto da capa, embalando os petardos “Deixa isso prá lá”, “Mulata assanhada”, Se acaso você chegasse”, “Palhaçada”, e uma versão de Aloysio de Oliveira para “In the mood”, hit de Glenn Miller. Wilson ataca de sideman, junto com Meirelles, Ubirajara Cabral, Maciel e Vespar no LP “Muito prá frente”, do Quarteto Sambacana, do compositor mineiro Pacífico Mascarenhas, que tinha um desconhecido Milton Nascimento como crooner em 65.
Instrumentos & vozes integram-se com perfeição também no segundo álbum de “Toninho Horta” (1980), recheado pelas fascinantes “Vôo dos urubus”, “Bons amigos”, “Era só começo nosso fim” e “Aqui, oh!”, reforçadas pela presenças de Pat Metheny, Raul de Souza, Bertrami, Wagner Tiso e do impecável sambista Roberto Ribeiro A série focaliza ainda a criativa dupla Burnier & Cartier, o então instigante casal Nelson Angelo & Joyce, uma iniciante Bethânia (“Recital na boite Barroco”), dois discos de Dóris Monteiro (um deles em dupla com o papa do teleco-teco, Miltinho), a inigualável voz de veludo de Tito Madi (“Balanço Zona Sul”, uma aula de canto emoldurado pelos scores de Deodato), o sexteto do mestre Radamés Gnatalli, os discos de estréia de Marcos Valle (“Samba demais”, com Eumir, Pingarilho, Menescal, Marçal, Copinha), Lô Borges, Dori Caymmi e Francis Hime (na fase das obras-primas “Atrás da porta” e “Minha”), o rei do samba de breque Moreira da Silva, a exótica pilantragem de Nonato Buzar (com o ufólogo-parapsicológo Milton Botelho), duas compilações de Carmen Miranda, vários discos com expoentes do chamado “samba de raiz”, e por aí vai. Que Gavin apronte outras!
No comments:
Post a Comment