Durante duas décadas - 1980 e 1990 - escrevi cerca de 50 press-releases por ano. Para várias gravadoras: PolyGram, Top Tape, Copacabana, Warner, Ariola etc. Mas a principal cliente era mesmo a PolyGram, que distribuía no Brasil selos como Verve, MPS (que havia sido representado pela Copacabana no início dos anos 80), ECM (previamente distribuido pela WEA), Pablo, Milestone e Fantasy.
Em 1985, no auge da indústria fonográfica, que iniciava a revolução digital da fabricação de CDs, aconteceu até mesmo de serem lançados simultaneamente três discos de Oscar Peterson. Então, ao invés de três press-releases individuais, fazíamos um texto geral que era enviado para a imprensa.
Minha prolífica associação com a PolyGram tornou-se possível graças a Vanira Monteiro, que substituiu Ezio Servulo (convidado a trabalhar na Deutsche Grammophon) na gerência do "departamento de jazz & clássicos" da gravadora. Lembro com carinho e saudade das tardes em que Vanira, com quem ainda mantenho contato via Facebook, agendava reuniões na minha casa para que eu sugerisse possíveis lançamentos. Olhávamos os catálogos dos selos (sim, existiam catálogos impressos que traziam as capas dos discos e as fichas técnicas) e ouvíamos alguns álbuns. Depois preparávamos uma listinha e ela fazia a escolha final de acordo com questões burocráticas e de marketing. O lançamento simultâneo de três discos do Oscar Peterson, por exemplo, se justificava pela vinda dele ao Brasil para uma turnê. Eu recebia essas informações em primeira-mão e repassava para as gravadoras que tinham, em seus catálogos, discos dos artistas que vinham se apresentar no país
Tenho achado vários desses press-releases antigos, para discos de nomes como Pat Metheny, Stan Getz, João Gilberto, Hank Crawford e muitos mais. Além de textos (originais ou traduções) para capas de álbuns de Ella Fitzgerald e Toots Thielemans, isso já numa fase posterior. Irei escanear e postar este material aos poucos.
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