Story about the Montreux Jazz Festival 2008, mentioning Arnaldo DeSouteiro, published in the September 2008 issue of "Backstage" magazine (Ano 15, no. 166), page 54
Quincy Jones e Chick Corea brilham no Festival de Montreux
A quadragésima segunda edição do Montreux Jazz Festival repetiu, mais uma vez, uma eclética escalação de artistas que extrapolou a fronteira estilística do jazz. Tanto que o show de encerramento, dia 19 de julho, ficou a cargo de uma das maiores bandas da história do rock, Deep Purple. E a programação da sala principal, Auditorium Stravinsky, abrigou expoentes de diversos gêneros: de Paul Simon a Joan Baez, passando por Sheryl Crow, Erykah Badu, Lenny Krawitz, David Sanborn e a banda Tower of Power. Além das tradicionais noites de blues (com Gary Moore, Otis Clay, Buddy Guy e John Mayall) e MPB, com Gilberto Gil, Mart’nália e Elba Ramalho atraindo, no dia 12, para a paradisíaca cidade suiça, uma multidão de brasileiros residentes na Europa.
Na mostra paralela, realizada na Miles Davis Hall, o Brasil ganhou duas noites exclusivas. Dia 11, atraindo a curiosidade da imprensa estrangeira, o espetáculo batizado “Paraíba meu amor – fhe forró night” juntou o virtuosismo do bandolinista Hamilton de Holanda a Chico César, Pinto do Acoredon, Flávio José, Aleijadinho do Pombal e Trio Tamanduá. Dia 13 foi a vez de João Bosco esquentar o público para o show de Milton Nascimento com o Trio Jobim, também transformado em festa saudosista. Todas as músicas foram cantadas em coro pela platéia, não raro abafando a voz de Milton.
O grande concerto de gala aconteceu dia 14. Celebrando os 75 anos de Quincy Jones, um elenco de peso subiu ao palco para reverenciar o maestro e produtor durante três horas: Toots Thielemans, Al Jarreau, Herbie Hancock, Chaka Khan, Patti Austin, Joe Sample, Mick Hucknall (do Simply Red) e até a sumida Petula Clark. Muito emocionado, Quincy comandou a festa liderando seu grupo, que incluía o percussionista carioca Paulinho da Costa, e regendo a Swiss Army Big Band. Os ingressos da noite mais cara do Festival chegavam a 380 francos suíços. No final, o fundador e ainda hoje diretor do Festival, Claude Nobs, subiu ao palco para entregar um cheque de 50 mil dólares doado a “Quincy Jones Listen Up Foundation”, que atende vítimas de genocídios em países do terceiro mundo.
A gravadora Universal aproveitou para também homenagear o produtor com uma festa para o lançamento do CD “Summer in the city: the soul jazz grooves of Quincy Jones”, que rapidamente esgotou na lojinha de discos do Festival. Produzida por Arnaldo DeSouteiro, a coletânea tocava sem parar no sistema de som. Vários artistas atuantes no disco estavam em Montreux para o concerto – Toots Thielemans, Herbie Hancock, Chaka Khan, Patti Austin, Greg Phillinganes – e acabaram participando da sessão de autógrafos.
A segunda grande atração do Festival foi o compositor e tecladista Chick Corea, que reorganizou seu célebre grupo Return to Forever. Após o show, a gravadora Verve promoveu, no Montreux Palace, o coquetel de lançamento do CD “Electric Chick”, também produzido por Arnaldo DeSouteiro. “Como diz o título, deixei de lado as gravações acústicas, optando por focar nos anos setenta, quando ele se dedicava prioritariamente ao piano elétrico e aos sintetizadores analógicos, exatamente como neste show em Montreux”, explica o produtor. Os fãs poderão se deliciar com músicas extraídas de discos como “The Leprechaun”, que recebeu dois prêmios Grammy em 1976 nas categorias de "best jazz performance" e "best instrumental arrangement", destacando as presenças de Anthony Jackson e Bill Watrous.
Vencedor do Grammy de "best jazz instrumental performance" em 1978, o álbum "Friends" está representado na antologia pela faixa-título e mais duas músicas: "The One Step" e "Sicily", com Chick Corea liderando um quarteto completado por Eddie Gomez, Steve Gadd e Joe Farrell. O baterista brasileiro Airto Moreira participa de "Fickle Funk" e o cantor Al Jarreau solta a voz em "Hot New Blues". Também merece atenção o duelo entre os teclados de Chick e Herbie Hancock em "The Mad Hatter Rhapsody", que encerra o CD.
A quadragésima segunda edição do Montreux Jazz Festival repetiu, mais uma vez, uma eclética escalação de artistas que extrapolou a fronteira estilística do jazz. Tanto que o show de encerramento, dia 19 de julho, ficou a cargo de uma das maiores bandas da história do rock, Deep Purple. E a programação da sala principal, Auditorium Stravinsky, abrigou expoentes de diversos gêneros: de Paul Simon a Joan Baez, passando por Sheryl Crow, Erykah Badu, Lenny Krawitz, David Sanborn e a banda Tower of Power. Além das tradicionais noites de blues (com Gary Moore, Otis Clay, Buddy Guy e John Mayall) e MPB, com Gilberto Gil, Mart’nália e Elba Ramalho atraindo, no dia 12, para a paradisíaca cidade suiça, uma multidão de brasileiros residentes na Europa.
Na mostra paralela, realizada na Miles Davis Hall, o Brasil ganhou duas noites exclusivas. Dia 11, atraindo a curiosidade da imprensa estrangeira, o espetáculo batizado “Paraíba meu amor – fhe forró night” juntou o virtuosismo do bandolinista Hamilton de Holanda a Chico César, Pinto do Acoredon, Flávio José, Aleijadinho do Pombal e Trio Tamanduá. Dia 13 foi a vez de João Bosco esquentar o público para o show de Milton Nascimento com o Trio Jobim, também transformado em festa saudosista. Todas as músicas foram cantadas em coro pela platéia, não raro abafando a voz de Milton.
O grande concerto de gala aconteceu dia 14. Celebrando os 75 anos de Quincy Jones, um elenco de peso subiu ao palco para reverenciar o maestro e produtor durante três horas: Toots Thielemans, Al Jarreau, Herbie Hancock, Chaka Khan, Patti Austin, Joe Sample, Mick Hucknall (do Simply Red) e até a sumida Petula Clark. Muito emocionado, Quincy comandou a festa liderando seu grupo, que incluía o percussionista carioca Paulinho da Costa, e regendo a Swiss Army Big Band. Os ingressos da noite mais cara do Festival chegavam a 380 francos suíços. No final, o fundador e ainda hoje diretor do Festival, Claude Nobs, subiu ao palco para entregar um cheque de 50 mil dólares doado a “Quincy Jones Listen Up Foundation”, que atende vítimas de genocídios em países do terceiro mundo.
A gravadora Universal aproveitou para também homenagear o produtor com uma festa para o lançamento do CD “Summer in the city: the soul jazz grooves of Quincy Jones”, que rapidamente esgotou na lojinha de discos do Festival. Produzida por Arnaldo DeSouteiro, a coletânea tocava sem parar no sistema de som. Vários artistas atuantes no disco estavam em Montreux para o concerto – Toots Thielemans, Herbie Hancock, Chaka Khan, Patti Austin, Greg Phillinganes – e acabaram participando da sessão de autógrafos.
A segunda grande atração do Festival foi o compositor e tecladista Chick Corea, que reorganizou seu célebre grupo Return to Forever. Após o show, a gravadora Verve promoveu, no Montreux Palace, o coquetel de lançamento do CD “Electric Chick”, também produzido por Arnaldo DeSouteiro. “Como diz o título, deixei de lado as gravações acústicas, optando por focar nos anos setenta, quando ele se dedicava prioritariamente ao piano elétrico e aos sintetizadores analógicos, exatamente como neste show em Montreux”, explica o produtor. Os fãs poderão se deliciar com músicas extraídas de discos como “The Leprechaun”, que recebeu dois prêmios Grammy em 1976 nas categorias de "best jazz performance" e "best instrumental arrangement", destacando as presenças de Anthony Jackson e Bill Watrous.
Vencedor do Grammy de "best jazz instrumental performance" em 1978, o álbum "Friends" está representado na antologia pela faixa-título e mais duas músicas: "The One Step" e "Sicily", com Chick Corea liderando um quarteto completado por Eddie Gomez, Steve Gadd e Joe Farrell. O baterista brasileiro Airto Moreira participa de "Fickle Funk" e o cantor Al Jarreau solta a voz em "Hot New Blues". Também merece atenção o duelo entre os teclados de Chick e Herbie Hancock em "The Mad Hatter Rhapsody", que encerra o CD.
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