Recebi com muita alegria o convite de Anna Monteiro para selecionar os artistas para esta primeira edição do Festival que dá a largada mundial nas comemorações pelos 60 Anos da Bossa Nova. Cresci ouvindo este riquíssimo estilo musical e, por bênçãos divinas do surpreendente destino, vim a trabalhar com alguns de seus principais expoentes (e alguns dos meus maiores ídolos): João Gilberto, Tom Jobim, João Donato, Luiz Bonfá, Eumir Deodato, Dom Um Romão, Mario Castro-Neves, Flora Purim e tantas outras figuras icônicas da Bossa.
É uma honra imensa contar, no elenco do Festival, com o talento de amigos como Doris Monteiro, lenda viva da Bossa de quem sempre fui fã e que continua cantando lindamente. Pedi a Doris que fizesse um módulo de canções do genial João Donato gravadas em vários de seus discos: “Sambou Sambou”, “Lugar Comum” e “Muito À Vontade”, entre outras músicas fantásticas.
Outro amigo que estará presente, Chico Batera – um dos melhores bateristas do mundo! - partiu cedo para os EUA tocando com Sergio Mendes e lá trilhou uma brilhante carreira internacional, gravando discos antológicos com Frank Sinatra (“Sinatra & Company”), Ella Fitzgerald (“Things Ain’t What They Used To Be”) e até com o grupo de rock The Doors (“Full Circle”). De volta ao Brasil, Chico tocou por 10 anos com Elis Regina e atualmente integra a banda de Chico Buarque. Um craque!
Teremos também duas cantoras de grande talento: Claudia Telles e Andrea Montezuma. Claudia, excelente intérprete de extrema versatilidade, estará fazendo um show especial em homenagem a sua mãe, Sylvia Telles, a cantora favorita de Tom Jobim; e também de Aloysio de Oliveira, com quem foi casada. Sylvinha lançou várias músicas de Tom, entre elas “Dindi”, no histórico disco “Amor de Gente Moça”.
Andrea Montezuma faz parte de uma nova geração de intérpretes de MPB cujos laços com a Bossa Nova se reforçam por conta do gosto por harmonias sofisticadas e fraseados criativos. Já tive a oportunidade de vê-la cantando ao vivo algumas vezes, na casa noturna Vinicius, e sempre fiquei impressionado.
60 anos depois, a Bossa ainda tem muito a mostrar, ensinar e cativar os ouvintes de sensibilidade mais apurada.
Sunday, September 3, 2017
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