Jornal "Folha de Minas" - Belo Horizonte, Minas Gerais, 2 de Novembro de 1934
Senso de escolha
A eficiência e o critério de um ministro não se aferem unicamente pela sua competência para o cargo nem só, também, pela sua atividade funcional. Mede-se ainda pelo senso de escolha dos chefes de serviço. Parece-nos que o Sr. Gustavo Capanema, no Ministério da Educação, procurou cercar-se de competências técnicas para os postos elevados. Sem aludir, por exemplo, à escolha de Oscar de Almeida, que foi acertada, e de outras nomeações dos primeiros dias de gestão da sua pasta, devemos referir-nos a três nomeações mais recentes: Nobrega da Cunha, Guilherme Fontainha e Ernani Agricola. Essas três escolhas felizes. Os escolhidos possuem treino bastante ou inteligência capaz para auxiliarem eficientemente o Ministro da Educação.
O Sr. Ernani Agricola, exemplificando, fez um estágio longo na direção da Saúde Pública de Minas. Arcou com uma responsabilidade imensa. E qualquer esforço administrativo que tentasse esbarrava contra este obstáculo invencível - a absoluta carência de recursos orçamentários para garantir o Estado contra a invasão ou a irrupção de qualquer surto epidêmico. Esses recursos eram tão escassos que não lhe possibilitavam sequer manter a organização dos serviços existentes em plena eficiência. Ele teve que blindar-se de uma coragem heróica para não desistir. Entretanto, uma obra deixou que o recomenda - a campanha contra a lepra. Foi o grande animador dessa campanha, que se tornou popular. E, por justiça, merece apontar-se outra iniciativa sua: o combate à malária. Deu-lhe a primeira organização. Conseguiu sustar a irradiação do surto que alarmava o Sul de Minas. Enfim, o que se podia alcançar fora dos recursos orçamentários, o Sr. Ernani Agricola o conseguiu.
Aguardemos que os fatos confirmem a expectativa com que estão sendo recebidas essas nomeações. Isto não impede que se registre o acerto da escolha, sem julgar a priori do desempenho que possam vir a dar aos seus cargos. Porque é necessário sempre contar com o chefe para orientar e controlar, decidir e estimular. E o Sr. Capanema seria bastante inteligente para compreender a sua responsabilidade, nesse particular.
Jornal "Folha de Minas" - Belo Horizonte, Minas Gerais, 2 de Novembro de 1934
Senso de escolha
A eficiência e o critério de um ministro não se aferem unicamente pela sua competência para o cargo nem só, também, pela sua atividade funcional. Mede-se ainda pelo senso de escolha dos chefes de serviço. Parece-nos que o Sr. Gustavo Capanema, no Ministério da Educação, procurou cercar-se de competências técnicas para os postos elevados. Sem aludir, por exemplo, à escolha de Oscar de Almeida, que foi acertada, e de outras nomeações dos primeiros dias de gestão da sua pasta, devemos referir-nos a três nomeações mais recentes: Nobrega da Cunha, Guilherme Fontainha e Ernani Agricola. Essas três escolhas felizes. Os escolhidos possuem treino bastante ou inteligência capaz para auxiliarem eficientemente o Ministro da Educação.
O Sr. Ernani Agricola, exemplificando, fez um estágio longo na direção da Saúde Pública de Minas. Arcou com uma responsabilidade imensa. E qualquer esforço administrativo que tentasse esbarrava contra este obstáculo invencível - a absoluta carência de recursos orçamentários para garantir o Estado contra a invasão ou a irrupção de qualquer surto epidêmico. Esses recursos eram tão escassos que não lhe possibilitavam sequer manter a organização dos serviços existentes em plena eficiência. Ele teve que blindar-se de uma coragem heróica para não desistir. Entretanto, uma obra deixou que o recomenda - a campanha contra a lepra. Foi o grande animador dessa campanha, que se tornou popular. E, por justiça, merece apontar-se outra iniciativa sua: o combate à malária. Deu-lhe a primeira organização. Conseguiu sustar a irradiação do surto que alarmava o Sul de Minas. Enfim, o que se podia alcançar fora dos recursos orçamentários, o Sr. Ernani Agricola o conseguiu.
Aguardemos que os fatos confirmem a expectativa com que estão sendo recebidas essas nomeações. Isto não impede que se registre o acerto da escolha, sem julgar a priori do desempenho que possam vir a dar aos seus cargos. Porque é necessário sempre contar com o chefe para orientar e controlar, decidir e estimular. E o Sr. Capanema seria bastante inteligente para compreender a sua responsabilidade, nesse particular.
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